170 anos do nascimento do poeta Castro Alves: o Poeta dos Escravos e Caetité

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Há 170 nascia em Curralinho o maior poeta romântico do Brasil, Antônio de Castro Alves. Autor dos mais brilhantes versos em favor da abolição da escravatura, o seu “Navio Negreiro” é um dos mais trágicos e belos retratos do drama vivido por aqueles que, capturados criminosamente em seus lares, eram mergulhados na mais abjeta condição que o ser humano já produziu: a escravidão. E Castro Alves tinha fortes ligações com Caetité…

Caetité era a terra em que viveu e morreu o avô do poeta, o major José Antônio da Silva Castro, herói da luta pela Independência da Bahia e apelidado na guerra de “Periquitão”; sua tia Pórcia viveu aqui o drama amoroso de seu rapto, tão importante na história que foi retratado em diversos livros – desde o “ABC de Castro Alves” de Jorge Amado, ao romance “Sinhazinha”, do imortal da Academia Brasileira de Letras Afrânio Peixoto.

Castro Alves fora colega do caetiteense Aristides de Souza Spínola que, com ele, fundou nos tempos de faculdade de direito uma sociedade abolicionista. Mas foi grande amigo de dois outros caetiteenses: Otaviano Xavier Cotrim e o também poeta Plínio de Lima.

Finalmente, estando o poeta tuberculoso – a terrível doença que, sem cura, vitimava os jovens românticos de seu tempo – estava tudo certo para que ele viesse morar em nossa cidade, pois aqui encontraria o clima salutar para enfrentar a tísica. Seria o desfecho dessa relação que se fazia indireta, não tivesse Castro Alves sofrido um acidente de caça e falecido em decorrência do ferimento no pé.
 
O poeta deixou sua marca na história caetiteense, contudo. E no dia de seus 170 anos, rendemos esta justa homenagem.
*Texto de André Kohene

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