Filho de uma das vítimas ficou sabendo através da internet que a motorista responsável pelos atropelamentos irá responder em liberdade.
Airton Leandro da Silva Andrade, 30 anos, filho de um dos operários atropelado ficou muito revoltado e abalado ao saber que a motorista Juliana Cristina da Silva, de 28 anos, responsável pelo atropelamento, pagará fiança e responderá em liberdade pelos crimes.
Em entrevista ao G1, Airton lamentou: “Não acredito mais na Justiça dos homens, só nos resta a de Deus, pois se uma pessoa que dirigia sob efeito de álcool, matou duas pessoas e ainda fugiu do local sem prestar socorro está solta, não sabemos mais em quem acreditar. Não existe justiça para quem tem dinheiro. Esperávamos que ela fosse ficar presa por muitos anos, porém não foi isso que aconteceu”.
Os operários José Airton, de 54 anos, e Raimundo Barbos, de 38, pintavam uma ciclofaixa em Santana, na Zona Norte de São Paulo, quando foram atropelados por volta de 1h30 desse domingo (18), na Avenida Luiz Dumont Villares. A motorista fugiu, mas foi parada a 3 km de distância do local dos atropelamentos.
De acordo com informações do G1, Juliana foi submetida ao exame de etilometria pela polícia e apresentou resultado de 0,85 miligrama por litro de ar, quase três vezes o limite para se configurar o crime de embriaguez ao volante, que é de 0,34 mg/l.
Fiança
O juiz Paulo de Abreu Lorenzino, do Departamento de Inquéritos Policiais, decidiu que Juliana Cristina irá respondem em liberdade. A decisão foi tomada em audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (19), no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. A suspeita deverá comparecer ao fórum a cada dois meses e pagar fiança de 20 salários mínimos – pouco mais de R$ 15 mil – para responder em liberdade. Além disso, Juliana deverá entregar a carteira de habilitação e terá de comunicar à Justiça caso fique ausente da cidade por mais de 30 dias.
O G1 conversou com o filho de uma das vítimas que lamenta situação e diz que é de causar indignação e revolta. “Estamos abalados e revoltados com essa situação. Só quem perde é meu pai e o amigo dele que morreram. Com essa impunidade ela irá voltar a dirigir e provavelmente matar no trânsito”, desabafou Leandro.