Em entrevista coletiva durante evento do partido em Brasília, nesta terça-feira (17), o vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, afirmou que o partido não vai sair da base de apoio do governo da presidenta Dilma Rousseff.
Ávidos pela crise, a imprensa questionou quando a sigla desembarcaria do governo e ele afirmou: “Não vai sair”.
Temer, no entanto, não escondeu que existe uma minoria dentro da legenda que defende a saída, mas ressaltou que a divergência é natural do processo político.
“Isso é natural, nós temos que colaborar com o país, mesmo as pessoas que querem sair do PMDB querem colaborar com o país”, afirmou. “Na política você tem valores e o valor que deve prevalecer agora é o valor país”, completou.
O evento reúne lideranças de todo o país e, como é característica da legenda, não há consenso nem mesmo sobre o programa econômico intitulado “Uma Ponte para o Futuro”.
Sobre o programa, Temer disse que é um plano “partidário”, e não “eleitoral”, e que “tem novidades e ousadias que acho que o Brasil está precisando”.
Por outro lado, o PMDB não esconde o interesse em lançar candidato próprio à sucessão presidencial. O que, aliás, é uma pretensão de vários partidos, sendo um desejo inerente da luta política.
Requião
Uma das lideranças presentes ao evento foi o senador Roberto Requião (PR). em entrevista ao blog do Esmael, Requião disse um grupo tenta transforma o evento em adesão à tese do golpismo.
“Estão esperando que a presidente Dilma Rousseff seja cassada e o vice Michel Temer assuma o governo com uma pauta muito pior que atual”, afirmou Requião.
Ele também criticou as propostas apresentadas pelo programa que, segundo ele, são “apócrifas”, porque ninguém assina, e, “nem o PSDB nem a antiga Arena tiveram coragem de defender”.
“A discussão que vale é a de março, na convenção nacional do PMDB, e a tradição democrática do nosso partido é contra golpismo e o fim do estado social, consolidado na Constituição Cidadã de 1988, promulgada pelo saudoso Ulysses Guimarães”, destacou Requião, que também defendeu uma mudança na política econômica do governo Dilma.