Mais de uma porção por dia era alta
O estudo, publicado na quarta-feira (19) na revista científica BMJ, analisou os dados dietéticos de quase 15.500 adultos com diagnóstico de diabetes tipo 2 que faziam parte do Nurses’ Health Study e do Health Professionals Follow-Up Study nos Estados Unidos.
Quase 75% dos entrevistados nos estudos eram mulheres com idade média de 61 anos. A cada dois a quatro anos, por uma média de 18 anos, os participantes responderam a perguntas sobre o consumo de oito tipos diferentes de bebidas – adoçadas artificialmente, café, suco de frutas, leite com baixo teor de gordura e integral, água pura, chá e bebidas açucaradas.
Exemplos de bebidas adoçadas com açúcar incluem refrigerantes com cafeína, refrigerantes sem cafeína, ponche de frutas, limonadas e outras bebidas de frutas. Mais de uma dessas bebidas por dia foi considerada um alto nível de uso; baixo consumo foi inferior a uma bebida açucarada por mês.
O estudo definiu uma alta ingestão de café (com cafeína e descafeinado) como quatro xícaras por dia, chá como duas xícaras por dia, água como cinco copos por dia e leite com baixo teor de gordura como dois copos por dia. Uma quantidade baixa para cada bebida era inferior a uma xícara ou copo por mês.
A análise mostrou que as pessoas que tomavam mais bebidas adoçadas com açúcar tinham um risco 20% maior de morte por qualquer causa em comparação com aquelas que consumiam menos. Morrer de um evento cardiovascular, como um ataque cardíaco, aumentou 29%, segundo o estudo.
O risco de morte precoce aumentou 8% para cada porção adicional por dia.
Consumir grandes quantidades de café, chá, água e leite com baixo teor de gordura, por outro lado, foi associado a menor mortalidade quando comparado a beber uma quantidade baixa, de acordo com o estudo. Houve um risco 26% menor de morte precoce associado ao consumo de café, 21% para chá, 23% para água pura e 12% para leite com baixo teor de gordura.
Olhando especificamente para as doenças cardiovasculares, os dados mostraram que uma maior ingestão de café estava associada a uma redução de 18% no risco de doenças cardíacas. Beber leite com baixo teor de gordura reduziu as chances de ter problemas cardíacos em 12%, segundo o estudo.
Mudanças
Houve algumas boas notícias para entusiastas inveterados de bebidas açucaradas antes de serem diagnosticadas com diabetes tipo 2. Quando essas bebidas doces foram substituídas por café ou bebidas artificiais sem calorias após o diagnóstico, o risco de morte precoce caiu significativamente, segundo o estudo.
Quando bebidas açucaradas e artificiais sem calorias foram substituídas por café, chá, água pura e leite com baixo teor de gordura, houve um risco ainda menor de doenças cardíacas e morte por qualquer causa.
Não houve dados sobre os tipos de chá (preto, verde, de ervas ou frutas) consumidos durante os estudos e nenhuma informação sobre se os participantes adicionaram açúcar ao café ou chá. A falta de dados sobre esse aditivo comum significa que “os efeitos comparativos sobre a saúde de bebidas quentes sem açúcar e adoçadas permanecem obscuros”, escreveu Nita Forouhi, líder do programa e pesquisadora de epidemiologia nutricional na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, em um editorial anexo.
O estudo foi observacional, então as descobertas não podem ser vistas através de uma lente de causa e efeito. No entanto, os autores “realizaram uma coleta detalhada e repetida de dados dietéticos, acompanharam os participantes por quase duas décadas, aplicaram ajustes abrangentes para fatores de confusão e conduziram 12 análises de sensibilidade diferentes”, disse Nita, que não participou do estudo.
“O argumento para evitar bebidas adoçadas com açúcar é convincente”, disse ela. “A escolha da bebida é claramente importante.”