As chuvas que têm caído na Chapada Diamantina desde domingo (3) tem ajudado no combate aos focos de incêndio da região. Segundo informações da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), nesta terça-feira (5) será realizado o voo de monitoramento para avaliar a extensão dos focos após as chuvas.
De acordo com a Sema, equipes de combate ao incêndio estiveram no Morro do Camelo, que fica entre Lençóis e Palmeiras, no último domingo, e o fogo foi contido. Em Ibicoara, também há focos, mas não há precisão da extensão. Outros dois focos de incêndio estão localizados no Morro Branco e em Paridas, em Lençóis.
A Sema informou que cinco helicópteros e seis aviões atuam no combate aos incêndios na região da Chapada Diamantina. Além dos aviões, brigadas da Bahia e de Pernambuco, além de equipes do Corpo de Bombeiros da Bahia e do Distrito Federal (DF), atuam no combate ao fogo, que voltou a consumir áreas de vegetação na Chapada Diamantina.
Em entrevista ao G1, na tarde de domingo, o chefe-substituto do Parque Nacional, César Gonçalves, destacou que a falta de chuva e o clima seco colaboram com a proliferação das chamas. “Em dezembro, choveu apenas 20% em relação à média histórica. Em novembro, apenas 15%”, detalhou sobre o cenário local.
O chefe-substituto do Parque Nacional da Chapada Diamantina contou que o fogo que ressurgiu não ameaça casas da região, mas provoca graves danos à “vegetação de cerrado, aos campos rupestres e às áreas de floresta”.
Turismo afetado
Por causa dos incêndios na região, o turismo acabou sendo afetado, e a taxa de ocupação de hotéis e pousadas ficou, na maioria dos locais, abaixo da média dos últimos anos. Segundo Ney Paulo, gerente do hotel Canto das Águas, em Lençóis, a ocupação do estabelecimento para os festejos de fim de ano ficou em 60%. “Geralmente é 100% no réveillon”, destaca.
“Janeiro inteiro também é um período de alta demanda, mas foram feitos vários cancelamentos. Estamos na expectativa de que, com as chuvas, o cenário se reverta”, acrescentou. Na Pousada do Capão, em Palmeiras, a ocupação também foi abaixo do esperado. “Temos 31 quartos, mas apenas 60% foram reservados para o fim de ano”, afirma Jean Souza, que trabalha na recepção do estabelecimento. “Normalmente a ocupação fica entre 90% e 100%. O que mais teve foi gente que marcou e depois cancelou, com medo do fogo”, diz.
A exceção foi a cidade de Ibicoara. De acordo com Tatiana Portela, secretária de Turismo do município, os incêndios não interferiram no turismo local, no período do fim do ano. “Fiquei até preocupada, porque a secretaria estava voltada para o combate dos focos, e o parque estava cheio de turista”, afirmou em entrevista ao G1. Para a secretária, um dos motivos é que a grande atração da cidade, a Cachoeira do Buracão, não foi afetada pelos incêndios.
Conceição Useda, dona da pousada Flor de Lótus, em Ibicoara, confirmou a informação da secretária. “Ficamos surpresas. A ocupação foi acima do esperado. Tivemos 100% dos quartos reservados e já está tudo fechado para o carnaval”, afirmou. Ela também credita o movimento na cidade à Cachoeira do Buracão, mas, além disso, Conceição diz manter os clientes informados sobre a situação dos incêndios. “Mantenho contato com hospedes e digo: ‘Pode vir, porque as atrações estão abertas. Ou se tivesse fechado, eu diria também: ‘Não venha, vamos remarcar para outro período'”, conta.
Fogo
Segundo informações da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, na tarde de sexta-feira (1º), ressurgiram focos, principalmente, na área que pertence ao município de Ibicoara. Também há registro de focos em Mucugê. Fonte G1 Bahia