Ele não é tão comentado quanto outros tipos de câncer como próstata, mama e pulmão, mas, assim como os demais, o câncer de boca (ou da cavidade oral) pode ser tão letal quanto eles. De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a doença levou a óbito 189 pessoas na Bahia em 2015. A maior parte desse grupo é formada por homens (74%) e pessoas acima dos 40 anos (97%).
Para este ano, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que, em todo o país, quase 16 mil novos casos de câncer de boca sejam registrados, sendo pouco mais de 11 mil em homens e cerca de 4.350 em mulheres. Para a região Nordeste, a expectativa é de que 3.070 pessoas venham a ter doença. 63% desse grupo é composto por homens (1.880). De acordo com especialistas, este tipo de câncer é o sexto mais comum no sexo masculino.
Dentre os principais fatores que levam o gênero a estar no topo lista estão relacionados há alguns fatores como o uso do álcool e do tabaco, que podem ajudar no desenvolvimento da doença. Além disso, entram neste rol uma eventual má higiene da boca e uma dieta pobre em vitaminas, proteínas e minerais. Contudo, mesmo sendo menos comum, indivíduos abaixo dos 40 anos também podem vir a ter câncer de boca. Segundo a Sesab, seis pessoas abaixo dessa faixa etária morreram por conta do problema.
“Dentre os agentes carcinogênicos podemos citar os agentes químicos, físicos e microbianos. Os agentes químicos mais comuns são os hidrocarbonetos policíclicos, encontrados no cigarro. Dentre os agentes físicos, podemos citar a exposição à radiação solar e, dentre os agentes microbianos, o papiloma vírus humano (HPV) é muito importante no aumento da incidência de câncer de boca. A exposição à esse vírus não aumenta apenas a probabilidade de câncer de colo de útero, como é mais comumente veiculado, mas aumenta também a incidência de câncer de boca”, explicou a dentista e Doutora em estomatologia pela Universidade de São Paulo (USP), Thais Feitosa.
SINTOMAS
De acordo com a especialista, é muito importante que a pessoa fique atenta a diversos sintomas que possam chamar a atenção para a doença. Dentre eles estão feridas nas mucosas que não cicatrizam espontaneamente entre 2 e 3 semanas, úlceras ou nódulos indolores, de crescimento rápido, mobilidade dentária de surgimento rápido, sangramentos freqüentes nas gengivas, mucosas e saliva, mau odor, redução de mobilidade das partes móveis da boca, dificuldade de fala, mastigação e de engolir os alimentos, aumento irregular e constante de um dos lados da face, dentaduras com problemas de estabilidade, aumento dos gânglios linfáticos sem causa aparente, além de emagrecimento rápido e acentuado.
“Existe também um grupo de lesões, chamadas de lesões potencialmente malignas, que podem preceder as lesões de câncer de boca e aumentar o potencial de surgimento da doença. São, portanto, alterações teciduais onde o processo de malignização ocorre com maior frequência em relação a tecidos normais”, contou.
Ao perceber qualquer alteração, a recomendação é a de que o paciente vá até o especialista da confiança dele para fazer os devidos exames e conhecer o diagnóstico. “O Interessante é que o profissional seja também um especialista na área de estomatologia, que é o profissional habilitado em prevenir, diagnosticar e tratar as doenças que se manifestam na cavidade bucal e seus anexos. Ele será capaz será capaz de diagnosticar e acompanhar o paciente durante o tratamento oncológico”, pontuou. De acordo com o INCA, se diagnosticado no início e tratado de maneira adequada, cerca de 80% dos casos de câncer de boca tem cura. Fonte tribuna da Bahia