O surto do vírus zika no Brasil pode ter um novo vetor além do mosquito Aedes aegypti, segundo revelação feita por pesquisadores do projeto de vetores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Pernambuco.
Segundo a cientista Constância Ayres, o vírus foi encontrado ativo na glândula salivar e no intestino do mosquito Culex, o pernilongo comum. Constância realizou em laboratório três infecções em aproximadamente 200 mosquitos Culex criados em laboratório em dezembro e em fevereiro.
No experimento, a pesquisadora alimentou por sete dias os pernilongos com sangue infectado pelo zika e a conclusão foi que o vírus se manteve ativo. Apesar de parcial, a pesquisa levanta forte hipótese de o Culex também transmitir o vírus da zika.
A presença do Culex em zonas urbanas do país supera em 20 vezes a incidência do Aedes, conforme os especialistas da Fiocruz. Ele também constituiria uma ameaça maior, por estar disseminado quase em todo o mundo, e por ter facilidade de reprodução em água suja – ao contrário do vetor comum de dengue, zika e chikungunya.