Em dez anos, alimentos e bebidas aumentaram 129%, segundo IBGE. Para quem costuma ir à feira e ao supermercado, não é novidade: os alimentos e bebidas subiram bem acima da inflação nos últimos anos. Desde 2007, a alta média de preços desse grupo bateu em 129% – enquanto isso, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 77,4%, segundo Eulina Nunes, coordenadora de índice de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE).
Para alguns alimentos, no entanto, a alta foi ainda mais forte. Itens que frequentam bastante a mesa do brasileiro chegaram a subir mais de 300%.É o caso da cebola, que ficou 438,99% mais cara desde janeiro de 2007. Já o preço da batata inglesa subiu 393,76%, enquanto o da tangerina, 390,95%. “A alta de alimentos ocorreu principalmente por problemas climáticos, não só no país, como no mundo todo. E isso aliado também porque, e hoje está vendo contenção da demanda, a demanda cresceu muito, principalmente com os países emergentes.
Por outro lado, para quem gosta de peixes a notícia é boa: o peroá, o pintado e o linguado ficaram mais baratos nos últimos dez anos. As quedas de preços foram de 23,15%, 8,48% e 0,64%, respectivamente – boas ideias para quem quer economizar no cardápio de casa. Em abril deste ano, apesar de terem subido menos de um mês para o outro (de 1,24% para 1,09%), os alimentos exerceram uma das principais influências, porque têm um peso muito grande no bolso do consumidor.
A alimentação fora de casa também subiu em uma velocidade menor, de 0,68% em março para 0,50% em abril. Os números de abril foram divulgados pelo IBGE. “Alimentação, embora tenha ficado um pouco abaixo [do mês anterior, quando ficou 1,24%], continua apresentando preços elevados, taxa relativamente alta com 1,09%. E é um grupo que responde por um quarto das despesas das famílias”, afirmou.