O Brasil teve 2 milhões de novas matrículas no ano passado. O número é expressivo, mas compreende uma redução de 12% frente a 2014, segundo cálculos da consultoria Hoper Educação. Isso significou 284 mil calouros a menos no ensino superior, em 2016. O dado considera tanto o ensino presencial quanto o a distância, somados. Conforme a Hoper, “o desempenho de 2015 foi afetado sobretudo pela redução do número de vagas por meio do Fies, o sistema de financiamento estudantil do Governo Federal”, em dezembro do ano anterior.
De acordo com a consultoria, porém, “o Fies não é o principal motivo da queda. A redução da renda e piora do emprego estão afastando estudantes do ensino privado por falta de capacidade de pagamento”. A confirmar tal estimativa, pesquisa promovida pelo site Quero Bolsa identificou junto a 900 estudantes que “65% deles desistiram ou cancelaram a formação superior por motivo financeiro”.
A pesquisa mostra, ainda, que 34% dos alunos podem pagar menos de 70% do valor integral das mensalidades. Vale enfatizar que o perfil mais recorrente do estudante das universidades brasileiras, hoje, é mulher, tem 21 anos e cursa bacharelado no período noturno em alguma instituição de ensino privada.
O Brasil passou a contar com um amplo e descentralizado sistema de educação superior. Em dez anos, de 2003 a 2013, foram inauguradas 20 novas universidades no País. A rede privada participa com 74,9% no número de novos alunos. Segundo levantamento do Inep-Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira, no Brasil há 301 instituições públicas de ensino superior e 2.090 privadas. Conforme o Censo da Educação Superior 2014 divulgado pelo MEC-Ministério da Educação e pelo Inep, no total, o País possui 2.368 instituições de ensino superior, que oferecem 33 mil cursos de graduação em todas as regiões.
Vale lembrar que, de acordo com a organização acadêmica, as instituições se dividem em universidades, centros universitários, faculdades e Institutos Federais, podendo ser privadas ou públicas, vinculadas aos governos federal, estadual ou municipal. Atualmente, o país conta com 195 universidades, que equivalem a 8,2% do total de instituições de ensino superior e concentram 53,2% das matrículas em cursos de graduação. Dados apontam que 82,8% dos cursos nas universidades são na modalidade presencial e o grau acadêmico predominante é o bacharelado, com 66,8%.
As universidades se caracterizam pelas atividades de ensino, pesquisa e extensão. As universidades são instituições acadêmicas pluridisciplinares, que produzem conhecimento intelectual institucionalizado. Para tanto, devem seguir alguns requisitos do Ministério da Educação , como ter, no mínimo, um terço do corpo docente atuando em regime integral e um terço de mestres e doutores. Já os centros universitários abrangem uma ou mais áreas do conhecimento, mas neles não é obrigatória a realização de pesquisa institucionalizada.
As faculdades são instituições que oferecem cursos superiores em apenas uma área do conhecimento e compõem as universidades, os centros universitários ou são independentes.
Os institutos federais são unidades voltadas à formação técnica, com capacitação profissional em áreas diversas. Oferecem ensino médio integrado ao ensino técnico, cursos técnicos, cursos superiores de tecnologia, licenciaturas e pós-graduação. Com relação às instituições privadas, elas podem ter ou não, finalidade lucrativa. Entre as que não possuem este objetivo estão as comunitárias, filantrópicas ou confessionais.
Conforme a Caixa Econômica Federal, o Fies funciona do seguinte modo:
A fase de utilização ocorre durante o período de duração do curso. O estudante pagará, a cada três meses, o valor máximo de R$ 150, referente ao pagamento de juros incidentes sobre o financiamento. Após a conclusão do curso, ele terá 18 meses de carência para recompor seu orçamento.
Nesse período, pagará, a cada três meses, o valor máximo de R$ 150, referente ao pagamento de juros incidentes sobre o financiamento. Encerrado o período de carência, o saldo devedor do estudante será parcelado em até três vezes o período financiado da duração regular do curso. Veja o Exemplo:
Um estudante que financiou todo o curso com duração de quatro anos:
· Durante o curso: Pagamento trimestral de até R$ 150.
· Carência: Nos 18 meses após a conclusão do curso, o estudante pagará, a cada três meses, o valor máximo de R$ 150.
· Amortização: Ao final da carência, o saldo devedor do estudante será dividido em até 12 anos [3 x 4 anos (período financiado do curso)].Fonte Tribuna da Bahia