O Verão ainda não chegou oficialmente, mas o calor e os dias ensolarados não deixam dúvida que está na hora de redobrar os cuidados com a exposição ao sol. Dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) projetam o registro de 175 mil novos casos de câncer da pele não melanoma no Brasil em 2016.
O câncer de pele não melanoma é o de maior incidência na população brasileira, seguido do câncer de próstata e o de mama. Pensando em mudar essa realidade, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou a campanha Dezembro Laranja, que busca sensibilizar a população para os cuidados com a pele e o uso do protetor solar, os riscos da doença e a importância do diagnóstico precoce para evitar danos maiores ou mutilações mais profundas.
De acordo com o oncologista Rodrigo Munhoz, especialista em tumores de pele e sarcoma do Hospital Sírio-Libanês, quando diagnosticado e tratado em suas fases iniciais, o câncer de pele do tipo não melanoma pode alcançar de 75% a 90 % de sucesso no tratamento.
“Estudos vêm demonstrando o crescimento no número de câncer de pele, especialmente porque a difusão da necessidade de uso do protetor é relativamente recente. Há cerca de duas décadas, as pessoas não tinham preocupação, daí a necessidade de uma maior sensibilização da população desse problema, que é sério e que pode ser evitado”, completa o médico.
Com uma postura parecida, a dermatologista Marcela Vidal, do sistema Hapvida, chama atenção para o fato de que a maioria das pessoas não sabe aplicar o protetor solar. “Como se não bastasse isso, as pessoas ainda têm uma falsa ideia de que as peles morenas, mais comuns no Brasil, estariam mais protegidas, esquecendo que a melanina não oferece tanta proteção contra os raios UVA e UVB. “É claro que as pessoas mais claras, com fototipo mais baixo, apresentam dano celular mais cedo, mas as diversas variações de pele morena e negras precisam de proteção e bloqueador com fator, no mínimo, 30”, esclarece.
Quanto à necessidade de produção da vitamina D, a médica lembra que 15 minutos diariamente de sol na pele, nos horários antes das 10h e depois das 15h, já garantem uma boa produção de vitamina. “Áreas como a coxa, a parte interna do braço, a barriga são excelentes para garantir uma boa metabolização da luz solar, pois é importante lembrar que partes onde já há danos provocados pelo sol não conseguem garantir absorção tão eficaz”, completa.
Bloqueador solar
Marcela ressalta que o uso do bloqueador solar não deve se limitar apenas quando se vai à praia ou piscina e precisa se tornar um hábito como escovar os dentes. Ela lembra que a aplicação deve ser feita sempre 30 minutos antes da exposição, em duas etapas, e a reaplicação deve ser feita a cada duas horas ou toda vez que a pessoa entrar na água ou transpirar muito.
A especialista explica que no rosto e no pescoço é preciso aplicar uma quantidade equivalente a uma colher de chá. A mesma medida vale para cada braço. A porção equivalente a duas colheres de chá devem ser destinadas a barriga e costas, além das pernas. “Essas medidas devem ser aplicadas 30 minutos antes da exposição uma primeira vez e a operação deve ser repetida imediatamente, esse é o truque da proteção eficaz”, ensina. Ela lembra que as orelhas e a parte de cima dos pés não podem ser esquecidas.
Crianças menores de 6 meses não devem se expor diretamente ao sol e as crianças devem usar o bloqueador e outra barreiras mecânicas como as blusinhas com proteção solar, sombreiros, bonés e chapéus. Para as pessoas mais claras, o fator de proteção precisa ser de 50 ou mais. Fonte Correio 24h