O árbitro Marcelo de Lima Henrique (RJ), que apitou no último domingo (22), o clássico Ba-Vi, na Arena Fonte Nova, registrou na súmula um suposto caso de injuria racial contra o jogador do Bahia, Rêne Júnior.
De acordo com a súmula, aos 45 minutos do segundo tempo da partida teria acontecido uma confusão em campo, isto porque o atacante colombiano Santiago Tréllez foi acusado pelo atleta tricolor de ter o chamado de “macaco”. O volante do Bahia voltou para o vestiário chorando, funcionários da equipe foram em busca de imagens ou áudios que comprovassem a ofensa.
Durante uma entrevista coletiva, Renê Júnior falou sobre o assunto, “É inadmissível, num mudo de hoje, acontecer essas coisas. Sou maior que isso aí. Não é qualquer palavra que vai me colocar para baixo. Queria estar aqui para falar dos três pontos. Queria que eu, todos os meus filhos, fossem julgados pela personalidade. Não vou dar queixa. Sou maior que isso aí. A maior punição vem lá de cima. Ele próprio veio me pedir desculpas. Sou maior que isso. Quero falar dos três pontos. Tenho muito orgulho da minha raça, de onde vim. Não é qualquer palavra que vai me colocar para baixo. Toda vez que visto a camisa do Bahia é por minha família. É difícil ser chamado de “macaco” dentro do seu país, no estado da Bahia. Aqui, a maioria da população é negra. No país dele também. Mas é cabeça boa, bola para frente. Ele sabe o que falou. Não tenho mágoa de ninguém. Há alguns anos aconteceu com o Aranha. Agora sei o que ele sentiu. Não tenho que me promover em cima disso não – disse o jogador, em coletiva após a partida”, lamentou o jogador.
Mesmo inconformado com a suposta agressão, o jogador não registrou queixa sobre o ocorrido. Nas redes sociais, ele usou seu perfil do Instagram para desabafar:
Já, o jogador Tréllez também usou as redes sociais para se desculpar. Na potagem, ele fala em ter sido mal interpretado. ” Sou filho de um homem negro, o que faz de mim um negro também”, concluiu o jogador.
