Por: IstoÉ
O presidente eleito Jair Bolsonaro vai fundir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, uma das medidas mais polêmicas de seu programa, que contraria as expectativas dos ambientalistas de manter uma administração separada dos poderosos interesses do agronegócio, anunciou nesta terça-feira (30) um de seus principais assessores.
“Agricultura e meio ambiente estarão no mesmo ministério, como desde o primeiro momento”, disse Onyx Lorenzoni, que a partir de 1º de janeiro de 2019 será o ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro.
Segundo o programa, Bolsonaro planejava unir em um único ministério as áreas do governo que se ocupam de política econômica e agrícola, de recursos naturais e do meio ambiente rural.
Na reta final de sua campanha, o presidente deu sinais de que poderia não executar esta fusão, dizendo-se aberto a negociar o tema.
Para a ex-ministra do Meio Ambiente e ex-candidata à presidência Marina Silva, a fusão “será um triplo desastre”.
“Estamos inaugurando o tempo trágico da proteção ambiental igual a nada. Nem bem começou o governo Bolsonaro e o retrocesso anunciado é incalculável”, tuitou Marina.
A ONG ambientalista Greenpeace também criticou a medida, que se for concretizada colocará o Brasil – país de maior biodiversidade e que abriga a selva mais importante do planeta – “no caminho oposto e na contramão do restante do mundo”.
“A fusão do Ministério do Meio Ambiente com o Ministério da Agricultura será um grande equívoco e afetará o país tanto do ponto de vista econômico como ambiental”, afirmou o Greenpeace Brasil em nota.
“Os mercados internacionais e os consumidores querem garantias de que nosso produto agrícola não esteja manchado pela destruição florestal. Ao extinguir o Ministério do Meio Ambiente, reduziremos o combate ao desmatamento, perdendo competitividade, o que poderá, inclusive, afetar a geração de empregos”, adverte a ONG.