Um relatório sobre cibersegurança realizado pela Fortinet – empresa norte-americana especializada em soluções de segurança de rede – revelou que, entre maio e junho de 2016, o Brasil foi o país que mais recebeu ameaças cibernéticas por e-mail em todo o mundo. Ainda de acordo com o relatório, no período de um ano, o número de fraudes através de sites mal-intecionados, que oferecem produtos baratos e não entregam, cresceu 83% no país.
De acordo com especialistas em computação, em boa parte dos cibercrimes por e-mail, a vítima recebe uma oferta de produto com valor muito abaixo do normal. Outras vezes, trata-se de uma ameaça de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa; ou mesmo sobre o cartão de crédito ter sido bloqueado. A isca chega por meio da proposta ou do susto. Este método que utiliza e-mails e links falsos é chamado de fishing (pescaria, em inglês).
Nas duas últimas ocasiões citadas, o usuário pode pegar um vírus que danifique o computador, permitindo a invasão ao sistema. A Fortinet observou, no geral, um aumento de 200% no número de tentativas de intrusão, sendo que as ameaças predominantes são conhecidas e fáceis de executar. ”A maioria delas está relacionada à verificação e força bruta e ataques DDoS [tentativa de tornar os recursos de um sistema indisponíveis para os seus usuários]. Isso não quer dizer que estes são ataques mais perigosos, só que eles são mais utilizados por cibercriminosos”, destacou o estudo.
Quando se trata de uma compra, o risco de fraude é ainda maior. E vai de uma simples compra que não chegou à um cartão clonado. “Começou quando comprei um óculos por meio de um site. O óculos nunca chegou, mesmo tendo sido creditado em meu cartão. Depois disso começaram a surgir compras que não fiz e recargas de celulares programadas. Só notei de fato quase dois meses depois, quando entrei em contato com meu banco para reclamar. Agora tento reembolso”, contou a enfermeira Ticiane Pereira, 29.
RECOMENDAÇÕES
Para não cair no golpe da internet, a diretora de Atendimento e Orientação ao Consumidor do Procon-BA, advogada Adriana Menezes, dá algumas dicas:
1 – Desconfiar de descontos oferecidos e que sejam maiores e desproporcionais aos que são praticados pela concorrência, pois isto pode indicar uma fraude.
2- Ler atentamente todas as informações a respeito da compra que está efetuando, salvando as telas referentes a toda negociação, como oferta, o número do pedido, a confirmação do pagamento.
3 – Consultar o CNPJ da empresa para ver se ela realmente existe, além de consultar e verificar os endereços e telefones da empresa disponibilizados no site, inclusive os canais de atendimento ao cliente.
4 – Verificar se existe um endereço físico da loja virtual. Dê preferência àqueles sites, cujas lojas também possuem endereço físico.
5 – Procurar saber junto ao Procon e na própria internet se existem reclamações da empresa e de que natueza.
6 – Preferir sites que aceitem pagamento digital, PagSeguro ou Paypal. Se não receber o produto contratado no prazo informado no site, adotar os procedimentos de cancelamento estabelecidos. Fonte Tribuna da Bahia