Até o final deste mês, o Museu do Alto Sertão da Bahia (Masb) realiza palestras, oficinas, rodas de conversa, visitas guiadas e ações de intercâmbio cultural nas cidades de Caetité, Guanambi e Igaporã, no sudoeste baiano. As ações chegam às comunidades urbanas e rurais desses municípios e são patrocinadas pelo Fundo de Cultura da Bahia, por meio do Edital Setorial de Museus da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), coordenados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac).
“A sede do Masb será inaugurada em breve, mas já estamos trabalhando desde janeiro último, embasados no modelo contemporâneo de diálogos com tipologias, ecomuseu e museu comunitário, não se restringindo somente à uma sede e nem a quatro paredes, pois se trata de um museu-processo”, afirma Zamana Brisa, membro da Associação de Amigos do Museu do Alto Sertão da Bahia (Amasb), que coordena essas diretrizes.
Durante o processo, estão sendo produzidos ainda um vídeo institucional, cartilha, folder e montagem expográfica com todos os referenciais sociais e históricos dos territórios para integrarem o museu. “Já promovemos mobilização, aprofundamento de identidades e referências culturais, além de capacitação, com oficinas e montagens coletivas”, enfatiza Zamana.
As ações diversificadas são levadas às comunidades urbanas e rurais dos três municípios
(Foto: Zamana Brisa/Ipac)
A ideia surgiu em 2011, via demandas das comunidades em decorrência do impacto dos complexos eólicos na região. Serão 10 núcleos museológicos em sítios arqueológicos, quilombos, espaços culturais e comunidades. Em Caetité, a comunidade de Pau Ferro, Sítio Arqueológico Moita dos Porcos, Escola Municipal, Movimento de Mulheres Camponesas e Instituto Anísio Teixeira. Em Igaporã, o Espaço Cultural, a Escola do Tamboril e a comunidade quilombola Gurunga. Em Guanambi, as comunidades rurais Curral de Varas e Pajeú do Josefino.
O Masb ficará situado numa antiga propriedade rural da primeira metade do século 19, em Caetité, distante 645 quilômetros de Salvador. Em 2014, a edificação foi restaurada, e, desde então, tem servido como um espaço de visitação, devido a sua riqueza arquitetônica. Pertence ao museu um vasto patrimônio arqueológico, sendo já catalogadas 30 mil peças, alguns de seis mil anos, encontrados em 180 sítios.
O Masb também busca a ainda preservação do patrimônio imaterial da região, como saberes e fazeres, celebrações culturais, a exemplo do Terno de Reis e Encomendação das Almas. Para a museóloga e coordenadora de Editais do Ipac, Ana Coelho, esse é mais um exemplo de como o fomento do Fundo de Cultura estimula e apoia a política pública museológica na Bahia à cargo do Ipac. “Um projeto como este, além de um espaço museológico, integra e articula comunidades urbanas e rurais de um território, estimula a busca por suas histórias e identidades, e auxilia diretamente a política pública cultural”.
O Ipac administra os editais de museus, patrimônio cultural, arquitetura, urbanismo e restauro. Emancipada desde 1810, Caetité possui mais de 52 mil habitantes e é terra natal do educador Anísio Teixeira. Além da política museológica, o Ipac detém os mais importantes museus (www.ipac.ba.gov.br/museus). O acesso é gratuito de terça-feira a domingo, sempre à tarde. São mais de 400 atividades a cada mês nos seus museus.
Fonte Ascom/Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac)