Conheça o câncer de língua e previna-se

0

O INCA – Instituto Nacional do Câncer – estima 14.170 novos casos de câncer na boca para este ano. Os tumores de cabeça e pescoço correspondem a cerca de 10% dos tumores malignos que acometem o ser humano; desses 40 % situam-se na cavidade oral, mais comumente na língua e soalho de boca.

Na língua, a lesão pode apresentar-se como uma afta ou lesão ulcerada, ambas dolorosas e de fácil percepção. “O paciente deve procurar imediatamente um profissional especializado quando essa lesão ulcerada não melhora com tratamentos, progride e aumenta de tamanho, começa a sangrar e apresentar bordas endurecidas”, afirma o médico Roberto Elias, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço. Outra manifestação pode ser apenas uma lesão plana vermelha (eritroplasia) ou branca (leucoplasia) que habitualmente são indolores. Nesses últimos casos, geralmente são diagnosticadas em estágios mais avançados da doença.

Segundo o médico Elge Werneck Araújo Júnior, oncologista da CLINONCO, o álcool e tabaco são os principais fatores de risco, de forma independente. Porém, quando associados, o potencial oncogênico aumenta de forma considerável, em até 140%.

“Ressalto que o tabaco é um fator de risco não apenas em forma de cigarro, mas também em fumo para mascar”, diz. Há, ainda, outros fatores de risco: infecções, em especial pelo HPV e trauma repetitivo local, geralmente causado por próteses dentárias mal adaptadas.
A doença é mais comum entre homens de 40 a 60 anos. A má higiene bucal também contribui para o surgimento da doença. Isso porque usuários de tabaco/álcool normalmente se descuidam da saúde oral, o que propicia infecções que contribuem para o quadro.

Prevenção
Na opinião de Elge Júnior, ao reduzir os fatores de risco, que parecem responder a mais de 90% dos casos diagnosticados, o câncer de boca teria sua incidência reduzida de forma drástica, tornando-se rara. “Interromper o tabagismo e etilismo, fazer controle dentário/protético regular, com higiene ideal e ajuste de prótese dentária”.
O especialista alerta, ainda, para a importância do uso da camisinha na hora do sexo oral. “O HPV é conhecido fator de risco para câncer de língua e para todos cânceres de cabeça e pescoço”.
Diagnóstico
O INCA recomenda que, diante de alguma lesão que não cicatrize em um prazo máximo de 15 dias, deve-se procurar um profissional de saúde (médico ou dentista) para a realização do exame completo da boca. A visita periódica ao dentista favorece o diagnóstico precoce do câncer de boca, porque é possível identificar lesões suspeitas.
Sintomas
– lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias
– manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, palato (céu da boca), mucosa jugal (bochecha)
– nódulos (caroços) no pescoço
– rouquidão persistente
Nos casos mais avançados observa-se:
– Dificuldade de mastigação e de engolir
– Dificuldade na fala
– Sensação de que há algo preso na garganta
Tratamento
Se diagnosticado no início e tratado da maneira adequada, a maioria (80%) dos casos desse tipo de câncer tem cura. Geralmente, o tratamento emprega cirurgia e/ou radioterapia. Os dois métodos podem ser usados de forma isolada ou associada. As duas técnicas têm bons resultados nas lesões iniciais e a indicação vai depender da localização do tumor e das alterações funcionais que possam ser provocadas pelo tratamento. As lesões iniciais são aquelas restritas ao local de origem.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui