O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comparou ao general Vo Nguyen Giap – comandante do Exército do Povo do Vietnã e emblemático estrategista militar que fez tombar em batalha tropas francesas, norte-americanas e chinesas – ao declarar “guerra” aos investigadores da Operação Lava Jato, que investiga crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa envolvendo o petista e sua família.
“É o seguinte, meu filho, eu tô com a seguinte tese: é guerra, é guerra e quem tiver artilharia mais forte ganha”, declarou Lula ao o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), também investigado na Lava Jato, em conversa por telefone monitorada com autorização da Justiça Federal do Paraná. O parlamentar respondeu ser aliado na batalha. “Presidente, estamos nesta guerra também. Não tenho nada a perder.”
Os dois falavam da persecução criminal em andamento em Curitiba e em Brasília contra o ex-presidente e pessoas ligadas a ele, incluindo seus filhos. Os grampos foram autorizados pelo juiz federal Sérgio Moro – dos processos em primeira instância da Lava Jato – na fase que antecedeu a Operação Aletheia.
Deflagrada em 4 de março, a operação teve Lula como principal alvo. Levado forçadamente para depor, reagiu publicamente com ataques aos investigadores, a quem classificou como “um bando de loucos”.
Na conversa telefônica, Lula diz ao senador petista que “pode me chamar até de general Giap. Nós já derrotamos os americanos, os chineses, os franceses e estamos para derrotar a [TV] Globo agora”.
O ex-presidente e sua defesa têm atacado meios de comunicação, em especial a Rede Globo. Além perseguição política, no grampo da Lava Jato o ex-presidente contou ao senador ter conhecido o lendário general Giap. “Foi lá, no Vietnã… Estava bem velhinho já. Levei a Dilma para conversar com ele.”
Conhecido como “Napoleão Vermelho”, Giap foi considerado herói nacional do Vietnã, historicamente ficando abaixo apenas do ex-presidente Ho Chi Minh – o pai da independência vietnamita.
Os dois se conheceram no exílio no sudeste da China. No Vietnã, recrutaram guerrilheiros para a insurgência vietcongue. Giap trabalhou como jornalista antes de entrar para o Partido Comunista Indochinês. Fonte ig