Gilberto Gil: ‘Sou Lula Livre, mas não necessariamente para votar nele’

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Gilberto Gil, que recentemente lançou “Ok Ok Ok”, um disco de inéditas considerado por ele o primeiro da sua velhice, comentou em entrevista à Folha de S. Paulo o momento político do país que o motivou a escrever a faixa-título do álbum. A música é uma espécie de resposta à cobrança de que o artista baiano se manifeste publicamente. “Talvez o pedido seja para não ter a obrigação de dar opinião sobre tudo o tempo todo. Não que você não tenha opiniões. Tem muitas, e às vezes até contraditórias. Mas essa exigência de que você opine e seja uma espécie de agente realizador do desejo e da esperança de todos incomoda. Essa coisa de salvador ou herói”, explica Gil sobre a canção, que tem versos como “Ok Ok Ok Ok Ok Ok / Já sei que querem a minha opinião / Um papo reto sobre o que eu pensei / Como interpreto a tal, a vil situação”.

Na entrevista Gil falou ainda sobre sua posição quanto a participação do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva nas eleições. “Quando eu fui num show do Lula Livre, evento aqui no Rio de Janeiro em prol da libertação dele, disse que, diferentemente de muitos que querem Lula solto para votar nele, eu necessariamente não quero ele livre por isso”, revelou o cantor, afirmando ser falsa a impressão de que por ter sido ministro da Cultura no governo de Lula votaria no PT. “Eu acho que Lula deve ser solto porque sua prisão é injusta em vários aspectos. E, neste sentido, ele deveria estar aí, como nós, vivendo a plenitude das lutas partidárias e das disputas democráticas, coisa que ele está impedido de fazer. Sou Lula Livre, mas não necessariamente para votar nele”, defendeu o músico, acrescentando que não é o único com esta opinião. “São muitos os que assim a consideram: juristas —daqui e de outros cantos do mundo—, cronistas políticos, milhões de eleitores. Eu não estou sozinho, muito pelo contrário”.

 

 

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