Depois de ter conquistado uma vitória com a aprovação da reforma trabalhista na primeira comissão do Senado, o governo não conseguiu dar o passo seguinte no prazo em que desejava. A leitura do relatório da proposta na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), prevista para ontem (8), foi adiada para a próxima semana após pressão de senadores da oposição. Na terça-feira (6), a proposta foi aprovada pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). Antes do início da reunião desta quinta (8), os parlamentares da oposição alegaram que a proposta teria de ter sido incluída na pauta da comissão dois dias antes.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), concordou que a leitura ocorra na próxima terça-feira (13). Ao costurar o acordo, ele garantiu, contudo, que o novo calendário possibilite que a proposta seja colocada em votação no plenário ainda no mês de junho. O Palácio do Planalto quer que o texto seja aprovado antes do recesso parlamentar, que ocorre em julho. Dessa forma, segundo Jucá, a matéria pode ir a plenário na próprio dia 28, se o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), decidir colocá-la na pauta.
Alinhado com o governo, Eunício Oliveira abriu caminho para que a reforma não precise passar pela CCJ ao afirmar que o importante é que a proposta passe pelas comissões de mérito -CAE e CAS- e que o parecer pela constitucionalidade, que é atribuição da CCJ, pode também ser lido no plenário do Senado. “O senador Romero Jucá quer apressar tudo para dizer que as reformas estão andando. A discussão é essa”, afirmou o senador petista Lindbergh Farias (RJ), ao defender que a leitura ocorra na próxima semana. O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que o acordo de calendário é “positivo para boas relações” no Senado, independente do resultado da votação.