Os grandes bancos elevaram a concessão de recursos por meio da linha de crédito que antecipa a restituição do Imposto de Renda (IR) para atender a uma demanda que cresce em meio à crise política e econômica no País, devido ao aumento do desemprego, que já atinge 11,4 milhões de pessoas, e da inadimplência das famílias.
Não por acaso, dizem executivos, a procura é sustentada principalmente por pessoas que querem aproveitar os recursos para substituir ou amortizar dívidas mais caras, como o cheque especial, por exemplo. Em apenas quatro meses, o Banco do Brasil liberou mais de R$ 450 milhões em antecipação de IR, montante quase 5% maior do que o visto em igual intervalo de 2015.
Para todo o ano, a expectativa é de entregar crescimento de mais de 6%, para R$ 520 milhões. As taxas começam em 2,25% ao mês. “Em média, 65% dos recursos são usados para liquidar ou amortizar compromissos financeiros com juros maiores”, diz Edmar Casalatina, diretor de empréstimos e financiamentos do BB.
Já o Itaú Unibanco registrou incremento de 81% no montante de empréstimo liberado de janeiro a maio. Segundo o banco, o aumento na procura pela linha que antecipa o IR reflete o cenário mais desafiador, mas também a facilidade na contratação e condições favoráveis. Em quantidade de contratos, o Itaú registrou aumento de 59%, se comparado com o mesmo período do ano passado. O banco não revela a taxa mínima cobrada. “A procura deve se manter no mesmo patamar, já que a tomada por esse tipo de crédito é reflexo da economia”, explica Flavio Iglesias, diretor do Itaú Unibanco.
O Bradesco também registrou expansão em termos de volume e quantidade de contratos, de acordo com Marina Carvalho, superintendente executiva de empréstimos e financiamentos do banco. Ambos cresceram, conforme a executiva, em torno dos 30%. Do ponto de vista do custo do financiamento, as taxas, segundo ela, foram mantidas e começam a partir de 2,31% ao mês, apesar dos três aumentos na Selic desde março do ano passado. (Estadão)