Por: Extra
O ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, determinou nesta quinta-feira a proibição de entrada e trânsito para pessoas com passagem recente pelo Brasil ou por outros 12 países que ainda não controlaram a pandemia do novo coronavírus. A medida também atinge Armênia, Bahrein, Bangladesh, Bósnia-Herzegovina, Chile, Kuwait, Macedônia do Norte, Moldávia, Omã, Panamá, Peru e República Dominicana.
— Não podemos deixar que os sacrifícios feitos pelos italianos nos últimos meses sejam em vão — declarou o ministro.
A proibição foi assinada por Speranza após consultas aos ministros das Relações Exteriores (Luigi Di Maio), do Interior (Luciana Lamorgese) e dos Transportes (Paola De Micheli) e vale para aqueles que tenham transitado por algum dos 13 países nas duas semanas anteriores à viagem à Itália.
Cidadãos italianos estão isentos, mas terão de cumprir 14 dias de quarentena após o retorno. Além disso, o governo também suspendeu todos os voos diretos e indiretos de e para as 13 nações indicadas. Até agora, eram permitidas viagens consideradas essenciais vindas desses países.
A União Europeia (UE) reabriu suas fronteiras externas este mês, excluindo o Brasil, mas foi estabelecido que cada país decidiria de forma autônoma como implementar a lista de exclusão recomendada. Portugal, por exemplo, anunciou que permitirá apenas viagens essenciais do Brasil, e exigirá teste da Covid-19.
Nos EUA, o secretário de Estado, Mike Pompeo, disse em entrevista coletiva na quarta-feira que o Brasil receberá o mesmo tratamento que os outros países no que diz respeito à retomada das viagens internacionais. De acordo com Pompeo, o governo americano — de quem o presidente Jair Bolsonaro é aliado — está avaliando a reabertura das fronteiras “com base na razão e na ciência, e não na política”.
A medida do governo italiano chega após as autoridades sanitárias da Itália terem detectado 39 novos casos na comunidade bengalesa, todos ligados a voos com autorizações especiais provenientes de Daca, capital de Bangladesh. Na última quarta-feira, 125 bengaleses foram barrados no Aeroporto de Fiumicino, nos arredores de Roma, após o desembarque de um avião originário de Doha, no Qatar.
s fronteiras da Itália estão abertas para Estados-membros do Espaço Schengen (zona de livre trânsito dentro da UE) e para as 15 exceções liberadas pelo bloco europeu no dia 1º de julho: Argélia, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Geórgia, Japão, Marrocos, Montenegro, Nova Zelândia, Ruanda, Sérvia, Tailândia, Tunísia e Uruguai.
No caso de chegadas provenientes desses 15 países, no entanto, as autoridades italianas exigem quarentena obrigatória de 14 dias para os viajantes.
A Itália chegou a ser o país mais atingido pela pandemia de coronavírus e hoje registra 242.363 casos e 34.926 óbitos, mas o número de novos contágios vem caindo constantemente desde o fim de março.