A Associação Nacional de Mutuários (ANM) registrou no primeiro semestre deste ano um aumento de 60%, em relação a 2015, no número de consultas feitas por pessoas com medo de perder o imóvel por causa de atrasos no pagamento das prestações.
Com o desemprego em alta, a ideia de perder a casa própria assusta cada vez mais gente. Mas é possível tentar uma negociação com o banco ou recorrer à Justiça. “Recomendamos que a pessoa entre em contato urgentemente com as nossas consultoras para ajuizar uma ação anulatória e toda a tratativa para retomar o contrato e impedir a venda a terceirizados”, afirmou Cristiane Curcio, consultora jurídica da ANM.
Dados da associação indicam que 40% dos mutuários que perdem o imóvel atrasam o pagamento em função de desemprego e 20% enfrentam queda nos rendimentos ou adoeceram. Os 40% restantes, segundo a associação, enfrentam problemas burocráticos, não aprovação de financiamento e desistem voluntariamente de comprar a unidade. Em julho e agosto, A ANM registrou uma média de 70 atendimentos mensais.
Pela Lei 9514/97, que instituiu a “alienação fiduciária de coisa imóvel”, casas , apartamentos e terrenos cuja compra não tenha sido quitada podem ter suas propriedades leiloadas em caso de três meses de atraso. Mas dá para tentar reverter a perda do imóvel. Especialista em direito imobiliário e professora da pós-graduação em direito imobiliário da Unifacs, a advogada Gabriela Pereira, recomenda que se busque imediatamente uma negociação com o banco, tão logo se acumule duas prestações.(A Tarde)