Novo corte no preço da gasolina deve ter reflexo limitado sobre etanol

0

O novo corte nos preços de combustíveis nas refinarias, anunciado pela Petrobras, deve ter reflexo limitado sobre as cotações do etanol hidratado, cujos valores devem continuar se pautando pelos fundamentos de oferta, que tende a ficar mais apertada nos próximos meses de entressafra. “Isso já está absolvido pelo mercado. A Petrobras vai seguir o mercado mundial, o que é positivo e dá transparência”, afirmou ao Broadcast Agro (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting, consultoria especializada em commodities.

A estatal de petróleo cortou em 10,4% o valor do diesel e em 3,1% o da gasolina, ambos nas refinarias. A companhia informou que, se o ajuste definido for integralmente repassado ao consumidor final, o diesel pode cair 6,6%, cerca de R$ 0,20 por litro. No caso da gasolina, concorrente direto do etanol hidratado, a diminuição no preço final pode ser de 1,3%, ou R$ 0,05 por litro.

A nova política de definição de preços da Petrobras prevê revisões ao menos uma vez por mês pelo comitê formado pelo presidente da estatal, Pedro Parente, o diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Celestino Ramos, e o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Ivan Monteiro. Em outubro, a empresa já havia reduzido os preços do diesel e da gasolina nas refinarias em 2,7% e 3,2%, respectivamente.

Mas, para José Vicente Ferraz, diretor Técnico da Informa Economics FNP, “ainda há espaço (para o preço da gasolina) cair mais”. “A Petrobras precisa recuperar caixa”, destacou. Segundo ele, a decisão da terça também mostra “que a companhia está caminhando para o mercado”.

Apesar das reduções anunciadas pela Petrobras, tanto em outubro quanto agora, a tendência para os preços do etanol ainda é de alta. Na BM&FBovespa, os futuros apontam cotações até 21% maiores durante a entressafra (janeiro a março) ante igual período do ano passado, segundo monitoramento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). As cotações do hidratado já estão firmes neste segundo semestre em virtude da menor produção, seja por causa das adversidades climáticas, seja pela preferência das usinas pelo açúcar, mais remunerador.

Conforme o relatório mais recente de acompanhamento de safra da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), na parcial da temporada, iniciada em abril, até outubro, a fabricação de etanol hidratado somava 12,3 bilhões de litros, 9% menos na comparação anual.

Na semana passada, os preços do etanol hidratado nos postos subiram em 19 Estados e no Distrito Federal, caíram em outros seis Estados e não variaram no Amapá, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilados pelo AE-Taxas. Na semana anterior, as cotações do produto haviam aumentado em 17 Estados e no Distrito Federal, caído em outros oito e não se alteraram no Amapá. No período de um mês, o biocombustível só registrou queda no preço em quatro Estados: Alagoas, Ceará, Paraíba e Rondônia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui