O Brasil dos farsantes Biometria detecta 25 mil fraudes de eleitores; única pessoa tinha 52 títulos

0
BA - ELEIÇÕES/BIOMETRIA/GILMAR MENDES - GERAL - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, e o prefeitode Salvador, ACM Neto, inauguram o posto de cadastramento biométrico do eleitor, em Paripe, subúrbio de Salvador, nesta sexta-feira (5). A inauguração do posto é resultado de um acordo de cooperação firmado entre o TRE-BA e Prefeitura Municipal de Salvador. 05/05/2017 - Foto: LUCIANO DA MATTA/AGÊNCIA A TARDE/PAGOS

Fale qualquer absurdo e saiba que no Brasil pode ser verdade. Imagine que Justiça Eleitoral encontrou aproximadamente 25 mil registros de título de eleitor duplicados ou múltiplos, sendo que com uma única pessoa foram encontrados 52 títulos de eleitor como seu titular.

Após o cadastramento biométrico de cerca de 64 milhões de eleitores para a votação por meio de impressões digitais, a Justiça Eleitoral encontrou aproximadamente 25 mil registros de título de eleitor duplicados ou múltiplos, segundo Giuseppe Dutra Janino, secretário da Secretaria de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “No momento de confrontar as digitais, se percebe que é a mesma pessoa. Muitas vezes, é evidente a intenção de fraude, da falsidade ideológica”, afirmou Janino à reportagem. Segundo o responsável pela secretaria, uma única pessoa foi encontrada com 52 títulos de eleitor. “Ele tinha 52 títulos de eleitor, logo 52 identidades, 52 CPFs. Se tem 52 CPFs, poderia retirar 52 benefícios do governo como o Bolsa Família ou o INSS”.

O cadastramento de biometria, diz, tem ajudado a encontrar fraudes no sistema documental do País. “Isso mostra a fragilidade documental brasileira e faz um saneamento na identificação, retirando esses cidadãos das práticas criminosas”. O número de eleitores com a biometria cadastrada, até o momento, representa 44% das mais de 146 milhões de pessoas aptas a votar, e o objetivo é alcançar cerca de 80 milhões até o ano que vem.

O cadastramento, porém, ainda não é obrigatório em todos os municípios. Segundo o TSE, a identificação biométrica é necessária para garantir que o eleitor seja único no cadastro eleitoral.

“Não há duas digitais no mundo. Evita-se, assim, a possibilidade de uma pessoa se passar por outra no momento da votação”, disse Janino. O cadastro das biometrias começou em 2008, em um projeto piloto em três municípios do Brasil que, juntos, tinham mais de 40 mil eleitores: Colorado do Oeste (RO), São João Batista (SC) e Fátima do Sul (MS).

A Justiça Eleitoral estima que até 2022 todos os eleitores já tenham cadastramento biométrico. Nas últimas eleições, alguns eleitores não tiveram suas digitais reconhecidas e enfrentaram problemas para votar usando a biometria, o que acabou gerando filas e reclamações. Segundo Janino, o porcentual de não reconhecimento de digitais girou entre 8% e 10% em 2016, ano em que 46 milhões de eleitores possuíam biometria.

Ele diz que a Justiça Eleitoral “aprendeu com as experiências anteriores” e atribui o problema, principalmente, a erro no procedimento – quando o mesário não colocava o dedo corretamente no leitor biométrico – e falhas nos equipamentos. “Pode ter sido erro no cadastro, mas isso é excepcional”, diz o secretário.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui