Com movimento anual médio de R$ 9,5 bilhões, o setor de distribuição atacadista da Bahia já sente a queda nas vendas no estado de produtos dos frigoríficos citados nas investigações da Operação Carne Fraca. “Estamos avaliando os percentuais, mas já dá para antecipar nesses primeiros dias que sucederam a divulgação da operação pela Polícia Federal que há uma desaceleração do consumo, e grande”, afirmou em visita ao Grupo A Tarde, o presidente da Associação dos Agentes de Distribuição da Bahia (Asdab), Antônio Cabral Filho.
A entidade chegou a divulgar nota de repúdio “à forma exageradamente midiática”, como frisou Cabral Filho, da divulgação das investigações de corrupção e demais irregularidades na produção dos grandes frigoríficos de atuação nacional, afetando também toda a cadeia produtiva da distribuição. O lado positivo, segundo a entidade, é que o mercado agora abre brecha também para os pequenos e médios fornecedores do estado, que, antes, sofriam com a concorrência das empresas citadas na operação.
“Muitas vezes, grandes empresas, em geral de outros estados, encontram facilidades tributárias para explorar o mercado baiano, mesmo quando podemos oferecer produtos de melhor qualidade junto a fornecedores baianos de menor porte”, ressalta o presidente da Asdab, que já se tornou conhecido no setor por exigir da Fazenda estadual mecanismos que promovam uma maior proteção da atuação das empresas locais.