Com a proximidade do Natal e festas de final de ano, o cuidado com a compulsão por compras precisa ser reforçado. Muitas pessoas não imaginam que o descontrole na hora de adquirir as lembrancinhas de final de ano, ou mesmo o look do réveillon, pode estar ligado ao lado emocional. Quem nunca ouviu alguém dizer que estava com problemas e foi ao shopping se distrair? Esse é só um exemplo de pessoas que vivem com transtornos emocionais e nem percebem essa ligação com as compras. Quem explica alguns sintomas desse problema é a Psicóloga Carla Cristini Cunha, do Hapvida.
“Sem dúvidas, a falta de controle sobre as finanças tanto reflete quanto piora um problema emocional. Mas é preciso dizer que nem toda pessoa que tem um problema no orçamento, pontual, tem um transtorno, de fato. Aquele consumidor que só age por impulso, via de regra, tem um problema de duração longa, que é quando a situação de compra fica o dia todo na cabeça da pessoa, o que leva a prejuízos no trabalho e no planejamento financeiro. A sensação é de culpa ou remorso. Essa preocupação, em excesso, somada à perda do controle, às mentiras contadas à família e ao consumo como forma de superar uma dor, ou uma angústia, também são sinais importantes”, ressalta a Psicóloga.
De um modo geral, poder comprar representa uma conquista pessoal, que gera prazer para todas as pessoas. Já os compradores compulsivos têm mesmo um distúrbio, pois eles buscam uma satisfação que não vem e isso gera ainda mais frustração. A psicóloga explica que o transtorno do impulso é uma doença psiquiátrica. Mas existem outros problemas que podem se associar, como a depressão e a ansiedade. O cérebro tem um mecanismo que se assemelha a uma espécie de freio. É justamente nesse freio que está o defeito, o déficit, nas pessoas que têm descontrole para compras.
Esse transtorno pode ser tratado com terapia, acompanhados e guiados por profissionais da Psicologia, mas também medicamentosos, pois esse déficit é um processo químico e só a medicação poderá regulá-lo. As consequências do comportamento compulsivo vão além do financeiro em si. Há prejuízos social, familiar e profissional. Esse transtorno já considerado um problema de saúde pública. O transtorno psiquiátrico e o endividamento impactam de forma agressiva na vida dos pacientes. Alguns relatam que têm pensamentos suicidas porque não conseguem controlar os impulsos. O abalo emocional é muito grande, especialmente, por causa do envolvimento familiar. Muitos casamentos, por exemplo, são prejudicados por esse comportamento.Fonte Correio 24h