Sem noção: “Estudantes e juristas” protestam para “barrar” prêmio à Lava Jato no Canadá

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Quando foi dita a célebre frase “O Brasil não é um país sério”, atribuída ao ex-presidente francês Charles Degaulle, a máxima do estadista estrangeiro, na verdade, autor da frase é o diplomata brasileiro Carlos Alves de Souza Filho, embaixador do Brasil na França entre 1956 e 1964, genro do presidente Artur Bernardes, é, realmente, merecedora da posteridade. Isto sem contar o FEBEAPÁ que predomina no país, para deleite de Estanislaw Ponte Preta (Sérgio Marcus Rangel Porto, Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1923 – 30 de setembro de 1968).

Com o país vivendo a mais vergonhosa crise por falta de ética, decência e honestidade, onde a fabulosa Operação Lava Jato leva corruptos para a cadeira e devolve aos cofres públicos bilhões de reais, ainda assim estudantes e “juristas” protestam para barrar prêmio à Lava Jato no Canadá.

É verdade. A cerimônia do “Allard Prize” está marcada para quinta-feira, 28, na Universidade da British Columbia (UBC), em Vancouver. A força-tarefa da Lava Jato, que na ocasião vai ser representada pelo procurador Deltan Dallagnol, foi escolhida como um dos três finalistas do prêmio, considerado uma das maiores distinções mundiais para o reconhecimento dos esforços no combate à corrupção e na defesa dos direitos humanos. Também disputam o prêmio, no valor 100 mil dólares canadenses, Khadija Ismayilova, uma jornalista do Azerbaijão que foi presa por fazer denúncias do presidente do seu país, e a advogada egípcia Azza Soliman, cofundadora do Centro para Assistência Legal das Mulheres Egípcias (CEWLA), que também chegou a ser detida em função do seu trabalho.

Desde o início do mês, a comunidade acadêmica local tem se mobilizado e enviado cartas para a comissão organizadora do prêmio, a diretoria da Faculdade de Direito e a reitoria da UBC, para contestar a indicação da força-tarefa da Lava Jato como um dos finalistas. Uma organização de juristas brasileiros, chamada de Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia, também se manifestou e enviou cartas à universidade. Fazem parte do grupo nomes do como o ex-procurador e ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão.

Tanto os acadêmicos quanto os juristas defendem que a Lava Jato não “segue os princípios do Estado democrático de direito”, cometeu uma série de abusos considerados ilegais e inconstitucionais nos últimos anos e por isso não merece receber a honraria. O principal questionamento dos dois grupos é o que eles consideram “falhas” na condução dos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para os estudantes, não há como explicar por que a Lava Jato se encaixa nos critérios do prêmio, já que a operação vem sofrendo inúmeras críticas no Brasil. Eles devem realizar novos protestos durante a cerimônia de premiação.

A reportagem tentou contato com os organizadores do prêmio por e-mail e com integrantes da universidade, mas não obteve resposta. Dallagnol já está no Canadá, mas a assessoria de imprensa do Ministério Público em Curitiba disse que ele não iria comentar os protestos.

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