Simples ato de lavar as mãos previne até 40% dos casos de contaminação

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Foto: Reprodução

Por: A  Tarde

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o hábito de lavar as mãos pode reduzir aproximadamente 40% da contaminação por bactérias e vírus, que causam doenças como gripe, conjuntivite e outras viroses.

A prática é tão importante que foi adotada pela OMS como uma bandeira de combate à infecção hospitalar.

Devido ao alto potencial de propagação de doenças virais e bacterianas, em que as mãos são as principais vias de transmissão, placas com lembretes para a higienização das mãos nas proximidades de banheiros e pias é lei desde 2014 na cidade de São Paulo.

Uma das consequências da má higienização das mãos é o contágio por bactérias multirresistentes. Atualmente, cerca de meio milhão de pessoas pelo mundo sofrem de infecções por bactérias resistentes a antibióticos.

No Brasil, de acordo com dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cerca de 25% das infecções são causadas por micro-organismos multirresistentes, isto é, aqueles que se tornam imunes à ação dos antibióticos.

Quando as bactérias se tornam resistentes aos remédios, praticamente não restam alternativas de tratamento, por isso o uso indiscriminado de antibióticos pode ser considerado um problema de saúde pública.

“A utilização inadequada de antibióticos gera consequências para a população de um modo geral, seja com o aumento dos custos associados ao tratamento, como também o risco da população contrair esta mesma bactéria multirresistente”, alerta o farmacêutico Anderson de Oliveira, da Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental (a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Estima-se que até 2050, caso nada seja feito, tais bactérias poderão matar anualmente cerca de 10 milhões de pessoas no mundo – número maior que a mortalidade por câncer, que atingirá cerca de 8,2 milhões por ano anualmente.

Mais importante

“A higienização das mãos é uma prática tradicional e, isoladamente, é o fator mais importante na prevenção das infecções. Por mais que tenhamos tecnologia e antibióticos potentes, nada vai impedir que uma bactéria passe de um paciente para outro se não fizermos a higienização correta das mãos”, defende Evaldo Stanislau Affonso de Araújo, médico da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas e Responsável pelo Programa de Stewardship da Fundação São Francisco Xavier.

As infecções relacionadas com a assistência à saúde afetam mundialmente centenas de milhões de pessoas e têm um impacto econômico significativo nos sistemas de saúde, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde. Em países desenvolvidos, representam de 5% a 10% das internações em hospitais de cuidados agudos. Nos países em desenvolvimento, o risco é de duas a 20 vezes superior e a proporção de pacientes com esse tipo de infecção pode exceder 25%.

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