Por: BBC News
O uso de máscaras conhecidas como respiradores (como N95 e PFF2/FFP2) se mostrou amplamente eficaz para evitar a transmissão da covid-19 durante a pandemia, segundo diversos estudos ao redor do mundo.
Mas com o recuo do número de infecções, internações e mortes e o avanço da vacinação, diversos países e também Estados brasileiros têm anunciado o fim da obrigatoriedade do uso da máscara em lugares abertos ou fechados.
Ao menos 17 unidades da federação já flexibilizam o uso do equipamento em lugares fechados, com algumas exceções (como transporte público e unidades de saúde, por exemplo). Mas diversos especialistas (e alguns governadores) têm afirmado que essa flexibilização tem sido precipitada e pode levar a uma explosão de casos, colocando em risco grande parte da população.
É importante lembrar também que a covid-19 ainda mata mais de 300 pessoas por dia no Brasil. Ao todo, morreram pelo menos 656 mil pessoas no país em decorrência da doença. E nem todo mundo está completamente vacinado contra a covid: menos da metade das pessoas com menos de 50 anos tomaram a terceira dose (“booster”).
Além disso, há diversas preocupações em torno da subvariante da ômicron (BA.2) e da variante “deltacron” (apelido dado à nova linhagem AY.4/BA.1) e do aumento de infecções em localidades da Ásia e da Europa, como Hong Kong, China, Alemanha, França e Reino Unido.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), anunciou o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em 10/03, mas admitiu poucos dias depois que a proteção facial pode ser obrigatória de novo caso o número de infecções volte a aumentar significativamente.
Por outro lado, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que a decisão sobre revogar ou não a obrigatoriedade do uso de máscaras em lugares abertos e fechados só será tomada em abril. “Estamos monitorando o número de casos ativos, acho que não tem que ter precipitação. A cautela para salvar vidas humanas é sempre o melhor caminho, sem afobação. Se os números continuarem caindo, tem toda probabilidade de tirar as máscaras em ambientes abertos.”
A epidemiologista Ethel Maciel afirma que “ainda que os governos tenha retirado as restrições, a pandemia continua, os vulneráveis (idosos, pessoas com doenças imunossupressoras) seguem precisando se proteger e a máscara permanece uma medida efetiva de prevenção”.
Para o biólogo virologista e divulgador científico Atila Iamarino, “ainda é cedo (revogar a obrigatoriedade do uso de máscara). E especialmente para os menores de 5 anos (sem vacina) e para os idosos, o risco ainda é muito alto”.