O discurso público é de fortalecer o partido e seguir com a reestruturação do PMDB na Bahia.
O deputado estadual Pedro Tavares foi alçado à condição de presidente interino do PMDB da Bahia com uma difícil missão: reconstituir os pedaços da histórica legenda após a prisão do presidente afastado Geddel Vieira Lima.
Segundo Tavares, uma conversa com o presidente nacional da sigla, senador Romero Jucá, garantiu que ele tem total autonomia para conduzir os peemedebistas até que haja uma solução definitiva para o afastamento de Geddel. Apesar desse aval de Jucá, nos bastidores, Tavares é tratado como jovem demais para o posto, junto com as lideranças que ficaram apagadas ao longo do controle do PMDB pelos irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima. O parlamentar nega que haja esse preconceito. É dever dele fazer isso.
Mas, diante do cenário com tubarões políticos interessados em herdar o naco baiano do partido, não seria surpresa se o deputado estadual fosse destronado antes de ser efetivado no comando do PMDB da Bahia. Em Brasília, não faltariam interessados em se capitalizar politicamente com a legenda que detém a maior bancada da Câmara dos Deputados e, consequentemente, um percentual expressivo do fundo partidário.
Apenas nas especulações das últimas semanas, foram citados nomes como Antonio Imbassahy (PSDB), Arthur Maia (PPS) e Benito Gama (PTB). Os três estariam em contato permanente com o prefeito de Vitória da Conquista, Herzem Gusmão, que deixou o PMDB de portas abertas para novas lideranças. A articulação do prefeito conquistense não é, necessariamente, por altruísmo político.
Caso alguma grande figura venha para o partido por intermédio dele, Herzem aumentaria o próprio capital político dentro da sigla. É um pensamento de longo prazo. Ainda assim, o discurso público é de fortalecer o partido e seguir com a reestruturação do PMDB na Bahia, sob a coordenação de Pedro Tavares.
O desafio do deputado estadual passa por não deixar ser subjugado pelos pares, incluindo Herzem. Tavares, inclusive, já fala de independência com relação à ligação original dele com os irmãos Vieira Lima. Para ele, depois de dois mandatos na Assembleia Legislativa, já é possível alçar voos sozinhos.