Televisão, tecnologia e os novos hábitos dos brasileiros

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Apesar de 97% dos lares no Brasil terem aparelhos de televisão, o interesse da população em adquirir este tipo de aparelho anda em baixa; segundo varejistas e fabricantes, a expectativa é de queda nas vendas em 2015, que deve ser a maior dos últimos cinco anos.

Por Eliz Brandão

Mas se engana quem acha que a crise financeira seja a principal causa da queda nas vendas. As medições de audiência da televisão também vêm apontando uma queda brusca a cada dia.

Este fenômeno está sendo atribuído por especialistas à concorrência das novas mídias, em especial à internet, mas também à mudança de comportamento da população e ao aumento de escolaridade do telespectador.

O avanço das novas tecnologias comnavegando-na-internet-e-assistindo-tv86607o os vídeos por streaming, (transmissão em tempo real pela internet), que podem ser vistos hoje a qualquer hora e na palma da mão, por meio dos aparelhos celulares e tablets, estão conquistando cada vez mais a atenção dos brasileiros.

Atualmente, o uso dos telefones celulares para acessar a internet já compete com o uso por meio de computadores ou notebooks.

É o que diz o principal levantamento sobre os hábitos de informação dos brasileiros, divulgados na Pesquisa Brasileira de Mídia 2015. Apesar da maioria da população ainda responder que assiste televisão, a pesquisa confirmou que os brasileiros já passam mais tempo navegando na internet do que assistindo TV.

Outro levantamento divulgado no início de novembro pela agência IMS confirmou que a população brasileira assiste hoje mais vídeos on-line, 82% (tipo Netflix ou YouTube), que a TV aberta, 70%.
Os números são praticamente os mesmos na América Latina: 70% ainda assistem TV aberta e 81% passaram a assistir vídeos on demand.

5g-dilma-e-hans-vestbeg-ericsson86606Antenado com a era digital, o governo brasileiro, em viagem da presidenta Dilma Rousseff à Suécia, incluiu a busca por apoio tecnológico. Durante a vi
sita da presidenta à Ericsson, um dos maiores fabricantes do setor, foi anunciado o primeiro teste de telefonia móvel da quinta geração, a ser realizado no Brasil, em parceria com a operadora que atua em território brasileiro. É a chamada tecnologia 5G.

Na ocasião, o presidente da Ericsson, Hans Vestberg, anunciou que a empresa irá ampliar a cooperação para acelerar oportunidades em áreas como saúde, educação, energia, agricultura e na indústria nacional. Ele anunciou parceria com universidades – USP, Unicamp e Universidade Federal do Ceará – para a adoção da tecnologia 5G.

“O projeto é onde a inovação encontra aplicação da nova rede, permitindo que operadoras de telecom e seus parceiros do ecossistema, como instituições acadêmicas, agentes de saúde, energia e agricultura testem as funcionalidades da conexão em uma rede ao vivo”, informou o presidente da Ericsson.

Aparelhos inteligentes

O mercado de telefonia móvel na
América Latina cresce a cada ano. De acordo com as empresas do setor, em cinco anos, ou até 2020, as vendas dos chamados “confira-as-novas-tecnologias-do-android-5.186604aparelhos inteligentes”, os smartphones, devem passar de 603 milhões. Em 2014 ficou em torno de 160 milhões de aparelhos vendidos.

Segundo estudo da empresa de tecnologia Ericsson, 2015 já terminará com 354 milhões de conexões na América Latina.

Queda da audiência na TV

O conteúdo das emissoras brasileiras também pode ter contribuído para a falta de interesse das pessoas pela televisão. Segundo estudiosos no assunto, os veículos não conseguiram acompanhar as novas tecnologias e seus “novos consumidores”. Para eles, o fator determinante para que isso ocorresse foi a baixa qualidade da programação de TV, causada pela própria luta pela audiência entre as emissoras.

O desenvolvimento econômico ajudou na aquisição dos aparelhos, mas, segundo especialistas, as emissoras não souberam acompanhar a elevaçãoqueda_em_audiencia86605 da qualidade da programação da televisão brasileira. O que se vê é a mesma programação de 20 anos atrás, como novelas, minisséries e programas de auditório que obrigam o telespectador a ver cenas degradantes, sensacionalistas e até mesmo assistencialistas. O que interessa para muitas emissoras é apenas chamar a atenção do telespectador, conquistar a audiência para vender seus produtos. Mas pelo visto, os brasileiros querem muito mais.

 

Do Portal Vermelho

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