Turismo tem queda de cerca de 50% em Lençóis após incêndios, diz associação

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Não é apenas a reserva ambiental que tem sido afetada pelos incêndios florestais na Chapada Diamantina. De acordo com a Associação dos Condutores de Visitantes de lençóis (ACVL), o turismo teve uma queda de cerca de 50% no município de Lençóis após o aumento na proporção dos incêndios no último mês de outubro.

“Esses incêndios afastaram muitas pessoas. Tivemos um impacto muito grande, uma queda de cerca de 50% no turismo”, conta o guia turístico Arnaldo Jesus. O guia afirma que 2015 estava sendo um ano bastante positivo para o turismo na Chapada antes da grande proporção dos incêndios. “A rede de hotelaria, mesmo na baixa estação, estava com lotação de cerca de 60% antes dessa situação”, pontua.

O fogo que tem preocupado os moradores de Lençóis atinge a região da Gruta do Lapão, dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina. Segundo a ACVL, o fogo aumentou bastante de quinta-feira (11) para hoje, principalmente devido ao sol forte e a grande quantidade de vento na região. “O fogo está descendo o Barro Branco e se aproximou da cidade, mas deu uma aliviada agora de tarde”, informa Arnaldo.

Assim como aconteceu no Vale do Capão, alguns moradores de Lençóis fizeram um aceiro – retirada da mata no terreno em volta da cidade para impedir que o fogo se propague. “Eu moro numa área próxima a mata e hoje eu tive que tomar precaução de aceiro para evitar que o fogo se aproxime”, conta a jornalista Laís Correard. “Decidimos fazer isso porque o fogo não foi controlado durante a noite, que é quando o pessoal consegue controlar mais o fogo… Essa é uma situação de risco real do fogo se propagar”, desabafa a jornalista.

Conforme Correard, que mora em Lençóis há quatro anos, essa é a primeira vez que ela presencia uma situação grave de incêndio. “É uma tensão que a gente está vivendo. Moro aqui há quatro anos e nunca tinha presenciado isso. Nunca tinha precisado fazer algo em meu terreno para me proteger do fogo, por exemplo”, esclarece Correard.

Ainda de acordo com a ACVL, apesar de possuir equipamentos, a associação confirma que está precisando de mais materiais. Dentre os materiais que estão faltando, a ACVL destaca lanternas, macacões, botas e bolsas de água.

Outros focos
Os incêndios florestais também estão preocupando os moradores do Vale do Capão, no município de Palmeiras. Na manhã de sexta-feira (11), brigadistas voluntários fizeram um aceiro, ou seja, a retirada da mata no terreno em volta da cidade para impedir que o fogo se propague.

“Só o aceiro pode segurar o fogo. Porque se chegar aqui, as chamas diminuem e dá para a gente apagar. Se não der certo, a gente não tem mais o que fazer. Se for necessário, vamos esvaziar as casas para proteger esses moradores”, comentou Tairo Augusto Ribeiro, chefe da brigada voluntária do Capão. O chefe da brigada afirmou ainda que são cerca de 70 pessoas, entre brigadistas voluntários e moradores da região, atuando no combate ao fogo que vai desde a trilha da Cachoeira da Fumaça até o final do Vale do Capão.

Na manhã desta sexta-feira, o fogo chegou a se aproximar da rua dos Gatos, que dá acesso à principal avenida da cidade. “Minha casa seria uma das primeiras a ser atingida pelo fogo. Isso deixou de ser uma ameaça contra a fauna e flora e passou a ser uma ameaça contra a vida da comunidade”, lamentou o engenheiro Jacques Rosat Neto, 58 anos, dono de uma casa de veraneio no Vale do Capão.

Conforme o ICMBio, os focos que atingem o município de Ibicoara estão sob controle. “As linhas maiores de fogo já foram controladas, mas o foco ainda vai demandar algum trabalho, como o monitoramento. Mas o foco principal já foi controlado”, esclarece César Gonçalves, chefe do Parque Nacional da Chapada Diamantina.

Segundo a Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia (Sema), as trilhas que dão acesso às cachoeiras do Buracão, da Fumacinha e Véu de Noiva , em Ibicoara, e a trilha que dá acesso à Cachoeira da Fumaça, no Vale do Capão, município de Palmeiras seguem interditadas. Fonte Correio 24h

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