O vereador Edilando Vieira Brandão dos Santos (PMDB) anunciou na manhã de sexta-feira (4), na Câmara Municipal, que rompeu a aliança com o prefeito Éder Jakes Aguiar, seu aliado de partido, e por isso, não faz mais parte de seu grupo e nem da bancada governista no legislativo. O anúncio foi feito em pronunciamento na sessão de reabertura dos trabalhos do segundo período para este ano. Edilândo Brandão se mostrou revoltado com a maneira questionável como o prefeito vem conduzindo a administração.
“A aliança com o Sr. Prefeito está totalmente descartada”, disse, taxativo, o vereador, justificando que é preciso ter respeito aos compromissos prometdos em campanha e se prometer tem que cumprir tanto no palanque quanto fora dele”. Afirmou, em seu discurso na tribuna da câmara, que a partir de agora é impossível continuar apoiando o prefeito. Não há mais afinidade com o projeto dele. “Quero o que é melhor para Jussiape e para nosso povo e vou procurar um novo caminho”, reiterou.
Ainda de acordo com ele, a sua coerência será mantida. Anuncia que vai fazer oposição crítica, mas sempre estará se defendendo e se postando na defesa dos interesses do município e do povo.
Em seu discurso, Edilando também criticou a controladora geral do município, Cristiane Flor, reforçando as acusações feitas pelo seu colega José Roberto na mesma sessão. “Trata-se de uma sujeitinha arrogante que maltrata não somente aos funcionários da prefeitura como principalmente o povo. Eles são humilhados pelas atitudes de desrespeito às pessoas por parte dela”, critica. Postando-se solidário ao mau tratamento da controladora para com José Roberto, não titubeou em garantir: “se fosse comigo, nobre colega, eu iria fazê-la dirigir-se até este poder legislativo para que pedisse desculpas por destratar uma autoridade desta casa. Ela tem que saber que o vereador merece respeito e o povo também. Só quero lembrá-la que ela não conhece o povo de Jussiape, assim como não vota e nem é eleitora daqui”, atacou.
O vereador foi duro mais ainda ao afirmar que, apesar de tão pouco tempo de gestão, o prefeito Éder Jakes já pôs o município “na lama”, o que se prevê uma catástrofe na administração municipal. Continuou afirmando que o que mais lhe deixava irritado era o prefeito atribuir que sua gestão não fazia nada por culpa dos funcionários municipais. Isto poderia supor que os servidores, filhos desta cidade, são “preguiçosos”, mas o problema é que também eles não têm autonomia em suas funções e tarefas. Se não, como explicar a ineficácia e inércia dos contratados que vieram de fora?
Ainda em tom crítico, o vereador revelou que a prefeitura gastou mais de R$ 226 mil na contratação de aluguel de um palco, gastos também não apurados em relação ao valor total do custo da festa de São João. “Gastou-se muito e não deu resultado porque foi tudo muito ruim e sem graça, foi um evento vergonhoso”, ironizou.
Edilando Brandão também criticou a empresa de água, esgotos e saneamento, Embasa, reforçando a proposta do colega vereador, José Roberto, que sugere a não renovação da concessão de licença e permissão para administrar, abastecer e cobrar os serviços de água da cidade. Nesse sentido ele foi mais além, quer o cancelamento imediato do contrato entre empresa e município, com a prefeitura criando uma nova, o SAAE, com gestão municipal.
“Não suporto esta tal Embasa, que não investe um real no município, só suga nossos recursos. A partir de agora vamos cobrar água boa, de qualidade, e vamos acabar com os puxadinhos de extensão de rede de canos que ela faz de maneira improvisada. Além disso, não temos esgotos, e ainda estamos bebendo água imunda. É preciso quebrar o contrato e implantar o SAAE. Não podemos ficar refém dessa empresa, que além de não prestar um bom serviço, explora com a cobrança altíssima de sua tarifa”, criticou duramente.
O vereador Edilândio Brandão quer que a prefeitura crie em Vitória da Conquista uma casa de apoio para abrigar pessoas acompanhantes de pacientes internados no Hospital de Base justificando o grande número de jussiapenses que passam dificuldade para pernoitar, dormir, tomar banhos e também fazer refeições, muitas vezes por não dispor de recursos para hospedagens em hotéis e pousadas. Sugere que poderia também implantar uma casa para os estudantes secundaristas, lembrando que neste caso até já existe uma lei aprovada pelo poder legislativo.