Vender e comprar armas, o caminho da morte

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O mercado mundial de armas constitui um dos problemas que ameaça a sociedade em seu conjunto, sobretudo porque à margem das vendas legais existem canais de contrabando.

Este problema é extremamente velho, pois os principais conflitos tanto de alto como de baixo nível sempre se beneficiaram dos vendedores de armas clandestinos.

Há décadas, o C irresponsável e mal regulado de armas implica que a cada ano quase um milhão de pessoas morram, como indicam os analistas.

Existem convênios como o Tratado sobre o Comércio de Armas para estabelecer controle sobre a transferência internacional de armas e munições, mas na prática tais regras são violadas constantemente.

De maneira oficial, os seis grandes países exportadores são Alemanha, China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, que ao todo fornecem três – quartos do valor das armas que existem no planeta.

A maioria dos países membros das Nações Unidas apoiam os controles e uma maior proteção às pessoas, mas estados da África, América, Ásia, Europa e Oriente Médio recebem por canais secretos principalmente armamento de infantaria que está nas mãos de grupos envolvidos em conflitos, como é o caso do fuzil muito conhecido AK-47.

Originalmente, esse tipo de fuzil foi fabricado primeiro na então União Soviética, mas depois foram produzidas uma infinidade de cópias em muitas partes do mundo.

Algumas cifras elaboradas por entidades internacionais impressionam ao apontar que de 1989 a 2010 foram registrados 131 conflitos armados, que causaram pelo menos 250 mil mortes por ano.

Cerca de 40% dos homicídios anuais no mundo são cometidos por grupos criminosos ou indivíduos que usam armas de fogo conseguidas de maneira ilegal. As estatísticas estimam que por ano sejam cometidos ao redor de 300 mil homicídios com este tipo de armas, independentemente dos conflitos.

Ao redor de 60% das violações de direitos humanos documentadas envolveram armas leves. Só no final de 2010, os dados apontaram a uma situação extremamente crítica, com 27,5 milhões de pessoas obrigadas a se deslocar internamente em consequência de algum conflito.

Um exemplo recente está nos refugiados da Síria, do Iraque e de outros lugares, incluindo muitas crianças. Os principais territórios de instabilidade e guerra estão no Afeganistão, Iraque e Somália, entre outros, sem contar novos cenários inseguros.

O outro problema que estimula o contrabando de armas é a presença de meninos soldados nos grupos em conflito.

O mercado mundial de armas se multiplicou por três em 15 anos, tal como explicou o diretor geral adjunto de Rosoboronexport, Serguéi Goreslavski. Algumas causas mencionadas pelo especialista são a tensão em diferentes partes do mundo, as operações de antiterrorismo, a renovação dos arsenais e as diferentes estratégias de defesa dos países.

Inclusive algumas empresas conseguem por ano, pelo menos, vender ao redor de 13 bilhões de dólares.

Estes problemas também envolvem empresas de segurança privada em países como o México, onde em um ano cresceram 10% só em Querétaro. Cada empresa de segurança privada conta com uma média de 10 a 50 guardas com armas renovadas.

Dados publicados pelo jornal mexicano Excélsior indicam que, em outubro do ano passado, das 150.039 armas confiscadas pela polícia (de 2008 a setembro de 2014) só em 13% dos casos pôde ser estabelecido com clareza a marca e o modelo, além de sua origem, o que se repete nos casos do crime organizado.

O resto era de fabricação caseira ou sofreram alterações para precisamente impedir sua identificação e origem.

Entre as armas com origem e mercado duvidoso que mais foram identificadas estão o fuzil de assalto AR-15, que inclusive tiveram fábricas clandestinas identificadas. Por outra parte, podem ser adquiridas legalmente 80% das peças terminadas que são necessárias para a confecção de uma arma.

Existe uma empresa estadunidense que começa a comercializar um aparelho desenhado especialmente para modificar os receptores inferiores e a mesma empresa distribui os planos para imprimi-los em 3D, portanto tudo é vendido – peças, munições e manuais de instrução – de maneira legal.

Agências internacionais concordam que o valor do tráfico de armas chega a quase 100 trilhões de dólares ao ano (um milhão de milhões).

Apesar dos Estados Unidos concentrarem aproximadamente 50% do mercado, existem cerca de 40 países com capacidade de produção em grande escala e outros 60 com menor capacidade.

No restante, as instituições mundiais consideram que a produção indiscriminada de armas é responsável em grande parte pela fome, violência e falta de desenvolvimento, de mãos dadas com as guerras e os conflitos locais.

Com informações da Prensa Latina

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